Todo o Tempo

O problema dos relacionamentos são as inevitáveis decepções que conquistamos no decorrer do tempo em que dividimos a vida ao lado de alguém. Por mais que tentemos não errar, lutemos contra nós mesmos muitas vezes, algo que mais dia menos dia acontece é a decepção, não é uma visão pessimista por minha parte, vou mostrar o porque de não ser.
No início do relacionamento as pessoas convivem numa boa, até os defeitos são motivos de admiração, afinal você jura de pés juntos que os opostos de atraem e que ele é a tampa da sua panela, até o dia em que esta tampa despenca-lhe aos pés e lhe deixa com a unha do dedão roxa, tá não precisa levar essa comparação tão ao pé da letra, mas só entenda que um dia as coisas mudam no relacionamento e os defeitos perdem a graça assim como estes ficam evidentes, gritantes, incomodam a ponto de você jurar novamente, mas jurar que isso vai mudar.
Claro que assim como mudou do bom para o mal, o relacionamento pode passar dessa fase ruim e vocês aprenderem a conviver com as diferenças, tudo vai depender do respeito e da compreensão de um com o outro.
Porém volto a dizer a decepção é inevitável, porque parece praga, assim dizendo, depois da primeira vez que algo mudou a forma de vocês enxergarem o mundo e um ao outro, muitas outras vezes acontecem coisas que decepcionam ambos os lados.
É como se a medida que você vai conhecendo mais, gostando mais, você passa a controlar mais e a esperar mais, muitas vezes se espera até mais do que o outro lhe ofereceu, erro seu, mas outras vezes o outro não cumpre com o que lhe cabia, erro dele enfim a quantidade de erros vai se tornando tão frequente que pouco tempo depois ou você desencanta de vez, ou você se acostuma com essa situação desgastada.
Infelizmente não vi nenhum relacionamento que se livrasse das decepções, até os que sobrevivem a ela não se livram, não sei qual a solução, isso também não cabe a mim dizer o que cada um faz com sua vida, mas as decepções são inevitáveis em qualquer tipo de relacionamento e já que não podemos viver em um casulo e evitar conviver com as pessoas totalmente, temos que aprender a lidar com as situações vividas.

Está ai uma coisa que muitas vezes me pego na dúvida, não exatamente se devo ou não gostar de mim mesma, mas se devo ou não mostrar, declarar-me, enfim ter uma postura completamente escancarada e assumida do tipo EU SOU MINHA MAIOR FÃ!
Sei até que ponto gosto de mim e até que ponto devo gostar, apesar de muitas vezes eu acabar sofrendo de TPM e me menosprezar e esquecer do meu valor, mas isto é de vez em quando, uma vez no mês pode ok?
O que não sei é como agir diante de um mundo tão narcisista como o que vivemos, a cada dia as pessoas se valorizam mais, mesmo sem terem motivos relevantes a isso, tem gente que se acha tão importante por tão pouco, o pior não é pensarem que são o que não são, com certeza é acharem que nós que estamos ao redor admiramos-os por isso.
Cada um sabe do seu valor e sabe que devemos sim ter respeito pelo que somos, mas não pelo que não somos, ou pelo que fingimos ser, gostaria que ficasse bem claro aqui que o que me deixa encucada não é se devemos ou não gostar de nós mesmo, porque como já disse, sim devemos, amor próprio é a base, o que me deixa decepcionada com a raça humana é a banalização da vida, do ser, do sentir, da arte de viver.
Narciso morreu por estar cegamente apaixonado por seu reflexo e não matou outra pessoa por isso!
Entenderam onde quero chegar? A super valorização de si mesmo ultrapassa os limites quando você começa a ter amnésia e começa a perguntar aos outros: Você sabe com quem está falando? Entre outras coisas do tipo, gente desta linhagem não merece atenção!
O amor por si mesmo é saudável até o ponto que você não atinge os limites alheios, soa até harmônico, respeitar para ser respeitado, sua liberdade termina onde começa a do outro, simples assim...