... E ele não costuma acordar cedo, os seus dias eram sedentarios e sem maiores movimentações, seu último ano no ensino médio e uma coisa que antes não o preocupava estava o preocupando nos últimos dias, o que fazer quando terminar sua única ocupação atualmente, sem pretensões de seguir em frente com os estudos e muito menos de trabalhar, vai sobrar mais tempo, mais tempo para quê? É exatamente isso o que tem o preocupado...
Nunca foi de se preocupar, mas as coisas mudam com o passar dos dias, suavemente e em anos vemos muitas e grandiosas mudanças (talvez).
Filho único, sua mãe o teve com idade avançada, por volta dos quarenta anos, apesar da gravidez que diziam ser de risco a sua gestação foi tranquila e como se já viesse mostrando ao mundo a "cara" de quem estava para vir.
Nada o fazia mover-se de frente ao seu computador, para ele a vida real era ali, viver o mundo lá fora com seus dezessete anos era difícil demais, a mãe cobra, o pai cobra, a vida cobra e no mundo virtual era muito mais fácil ser quem quisesse ser, nem que para isso ele precisasse fingir ser algo que não era, ou ter mais do que duas, três ou quantas indentidades fossem necessárias.
Segunda-feira sempre é assim a preguiça parece tomar conta, ela pensava tentando justificar-se, mesmo sabendo que terça ou quarta não seria muito diferente, não era o dia que realmente influênciava e sim a sua falta de perspectiva diante do mundo e das obrigações, pensou, pensou e chegou a conclusão de que estava cansada de tanto pensar olhou no relógio e viu que já passavam das nove horas, ficou feliz em ver que conseguiu garantir algumas horarinhas de sono, mas não animou-se em levantar, fechou os olhos e assim como seus olhos estavam ela também estava diante do mundo, fechada e cega para tudo que estivesse a seu redor.
Desligou-se do mundo por mais alguns minutos, ou horas, até sua mãe lhe gritar pedindo que levantasse o quanto antes, pois precisava de alguns favores seus...
continua...
